”DEUS NÃO JOGA DADOS COM O
UNIVERSO. DEUS JOGA ESFERAS.”
Partimos do estrito
âmbito da “esfera psíquica” para refletirmos como os padrões
da mente se comportam como réplica dos padrões que regem a
dinâmica do Universo. A inteligência, isto é, a mente, revela
como a observação sobre o observador, modifica a natureza do
objeto observado, isto é: a própria natureza do observador. O
movimento contínuo de observação trans forma o “eu” do
observador em diferentes etapas do ser, e, pela soma das suas
histórias, isto é, das suas forças, o observador terá atingido
a completa transformação da sua consciência e do universo à
sua volta. Partindo da consciência simples, cartesiana, à
consciência plena, quadridimensional, cujo espaço-tempo é
curvo. A partir daí são introdizidos os conceitos da Física
Moderna nos elementos subjetivos da inteligência.
ARTE, MITOLOGIA, CIÊNCIA,
RELIGIÃO
Salvador Dali dá inicio ao surrealismo em
Esporte Lúgubre (1929). Reproduzindo sempre em suas telas os
próprios sonhos, nesta, o tema central é o mito da Medusa:
mulher cuja cabeça aureolada de serpentes em cólera, simboliza
a pior das perversões da psique, energia espiritual e
evolutiva, transformada em estagnação vaidosa. Soberba. Esta
anima ou alma negativa acrescentamos às quatro outras
evolutivas criadas por Carl Jung. Segundo o psicanalista, os
sonhos são produto da ação reguladora da psique no processo de
individuação ou unificação. / 2- Meditação sobre a
Harpa (1932) Reflexões sobre o arrependimento de Adão,
pois na ilusão da unidade adquirida, Adão come o fruto antes
de se tornar o fruto. / 3- Metamorfose de Narciso
(1937) Esta tela Freud se recusou a explicar, e, de fato, só
poderia ser interpretada aplicando-se as teorias de seu
seguidor W. Reich, quem introduziu à psicanálise os bíons,
isto é, a bioenergética, a energia bioelétrica ou psicofísica.
Aplicando sua teoria de reflexo de orgasmo no quadro de
Narciso, ele teria esta energia bloqueada pelas couraças
musculares estabelecida por traumas, criando neurose
psicossomática, alienação e, por fim, deflexão desta mesma
energia que recai espelhada na imagem externa. Então a solução
é restabelecer a plena potência orgástica ao nível da “La
petit mort” para cura e transformação do quadro em que a saída
é biológica. / 4- Apoteose de Homero (1944). Última
tela surrealista de Dali. Na pele de Homero acaba sua
formaçãoinformação, como poeta, símbolo do Logos, do Verbo,
dando passagem à alma que está a um minuto de despertar. .
/5- Tentação de Santo Antão (1946) Início do período
Místico. Confronto ímpar do santo com o monstro interior,
visando domínio sobre as forças colossais e antagônicas:
forças instintivas e animais da carne, contra as forças de
ordem espiritual e cósmica, cujo santo deve reunir, somar,
sintetizar em si. Processo que requer mortificação e
santificação e abre a porta de passagem à conquista de
tesouros espirituais e cósmicos. Acessível somente aos puros
de coração que espelham o amor de Cristo/ 6-Cristo de São
João da Cruz (1951). Encontramos na iconografia final de
Salvador Dalí magnífica obra a render testemunho a Cristo.
Como Filho do Deus vivo, Sua palavra diz: "Sem amor nada
podeis fazer“.
“Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. “Eu
sou a porta”. “Quem por mim passar será salvo”. “Enviarei o
Espírito Santo para que sejais testemunho de mim”. / 7-
Natureza Morta Viva (1954) À presença do Espírito Santo
promove o momentum de iluminação e aniquilamento. Na tela
vemos a fruteira levitando acompanhada de outra igual, sua
imagem espelhada de antimatéria. Sua alma dá seus frutos e
promove vida. Introduzimos também como os físicos a mesma
equação de Einstein para a esfera psíquica observadora que
aqui deixa o tridimensional e alcança o quadridimensional cujo
espaço-tempo é curvo. Ela promove o campo gravitacional que
dobra a luz. Atrai, captura, dobra a luz (C) de um raio
luminoso que surge, numa circunferência em volta de sua
própria esfera, aniquilando-se então com seu duplo de
antimatéria. Criando pura energia (E). Por um momento
infinitesimal de tempo viaja na luz (C), como e com os objetos
que levitando na tela indicam movimento zero (M). E=MC². Assim
temos: massa nula, velocidade máxima e distância mínima para o
artista que abandona antigas estruturas e passa à configuração
de estrela./ 8- Velásquez pintando Margarida rodeada de
luzes e sombras de sua própria glória (1958) Qual é esta
força de atração tão fortemente incisiva que Velásquez sente
por Margarida que torna inevitável que se unam pelo infinito
adentro? Atuando sobre Velásquez tal força de atração de igual
modo ao que sofre uma estrela de buraco negro, fica impossível
que ele deixe escapar sua alma gêmea, sua estrela Margarida;
ela, por sua vez, tal qual um buraco branco de massa igual e
carga oposta. No inevitável cruzamento entre si, rodopiam e se
aniquilam num estrondoso feixe de raios luminosos, dando lugar
ao horizonte de eventos. Recriando energia de alcance
infinito./ 9- Dali Nu. (1954) Dalí retorna ao paraíso
nu e reverentemente admira a nascente de múltiplas esferas
advindas de outro universo, paralelo. Na união das
infinitesimais esferas, a fisionomia de Gala resplandece. Dalí
dispensou à Gala tal força de amor, quanto à dos céus a gerar
esferas, como se vê na tela, recriando, em holomovimento a
matéria e consciência unificadas. Tal é o modelo do processo
cósmico.
Afinal, como queria Einstein, “Deus não joga dados com o
universo”. Mas... “Ele joga esferas”. No seu plano não
arbitrário Ele manda continuamente sua força gravitacional,
como diria T. Chardin: esta força é amor, a qual domina sobre
tudo e todos, para gerar santos ou de estrelas, cujo
significado é o mesmo: separados ou isoladamente considerados.
Indo além, Ele requer mais de nós: a co-responsabilidade e
co-participação no processo de construção da vida eterna. “Se
descobrirmos de fato uma teoria completa, segundo S. Hawking,
teremos o triunfo definitivo da razão humana; porque então
teremos atingido o conhecimento da mente de Deus”.
Melinda Garcia
Melinda Garcia- Realizou mais de 40
esculturas para jardins e espaços públicos. Lançou as
esculturas orgânicas que batizou de Holomovimento no I
Congresso Holístico Internacional em Brasília. Proferiu
palestras no II Congresso Holístico Internacional; I Congresso
Transdisciplinar da Universidade Veiga de Almeida; Instituto
de Macromoléculas da universidade UFRJ; Planetário da Gávea;
Centro Cultural da Universidade Cândido Mendes.
Livros de sua autoria:
“Holomovimento: Espelho
d’Alma” - “A Teoria Unificada” - "The Unified Theory" -
"Universo de Massa Cinzenta"
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